domingo, novembro 04, 2012

Siderúrgica sai do horizonte do Complexo do Açu cada vez mais vinculado ao setor de petróleo

O blog já tratou deste assunto aqui em detalhes no último dia 26 de outubro.

O grupo ítalo-argentino Techint, dono das siderúrgicas Ternium com unidades no México, Argentina e EUA, depois de comprar 22% da Usiminas, de parar o projeto de instalação de uma siderúrgica no Açu (com o discurso que não tinha garantia de fornecimento de gás da Petrobras) é um dos sete grupos ligados a esta cadeia produtiva, interessados em adquirir a polêmica CSA, instalada em Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

Hoje, a coluna de Ancelmo Gois, em O Globo confirmou em curta nota, o possível desfecho:

"Tango no aço"
"Argentinos da Technit estão fortes na disputa pela usina CSA, no Rio." 

Deve ser por isto que Eike Batista ao comentar a possível desistência da Ternium, disse em entrevista, no dia 21 de outubro, na Folha de São Paulo disse: "Dane-se a siderúrgica".

A outra siderúrgica desenhada para o Açu é a chinesa Whuan (Wisco) considerada como a quarta maior siderúrgica no mundo.

Quando da visita de Cabral com Eike, em julho de 2009, à China, a Whuan decidiu atender o apelo e entrou com capital na MMX. Além disso, a Whuan firmou parceria, mesmo sem prazo definido, para a construção de uma siderúrgica no Açu, para isto, se comprometeu a entrar com 70% do capital no empreendimento.

Fato é que a Whuan produz aço na China por um preço duas vezes e meia menor do que produziria aqui no Brasil.

Assim, a Whuan só viria para o Açu com o compromisso de se ligar a outros projetos, o que até hoje, não foi garantido, embora, a estatal chinesa tenha olhos grandes para o pré-sal no litoral brasileiro.

Nesta toada, as duas grandes siderúrgicas que seriam instaladas no Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB), uma PPP (Parceria Público Privada) entre o governo estadual, através da Codin e o grupo EBX,  que puxariam uma cadeia de produção, que teria de cimenteiras (que aproveitariam os resíduos das coquerias das siderúrgicas), à implantação de uma planta automotiva, saíram do horizonte, pelo menos, no médio prazo, no empreendimento logístico industrial do Açu.

É difícil imaginar que outros grupos ligados à siderurgia venham se interessar, no médio prazo, a virem para cá, com a crise mundial que promete se alongar.

A indiana Arcelor Mittal, um dos maiores grupos siderúrgicos do mundo e proprietária da CST (Tubarão no ES) está fechando plantas em diversas partes do mundo.

Assim, parece que a zona industrial do Açu, ligada ao porto, na concepção de porto-indústria (chamada de 5ª geração de portos) estará cada vez mais vinculada à indústria do petróleo, como já falamos aqui, por diversas vezes.

A Mendes Jr. que assinou contrato com a OSX para a construção de módulos das plataformas P-67 e P-70, já está com equipe de engenharia na região e até março deverá estar contratando pessoal para este trabalho.

Junto do estaleiro da OSX, outras quatro empresas de apoio offshore já alugaram áreas e começam também a se instalar junto ao terminal dois (TX-2) do Porto do Açu.

O(s) estaleiro(s) é(são) parte(s) da cadeia produtiva do petróleo e do gás e como tal puxa a demanda por produtos e serviços. Porém, para ser considerado um complexo industrial há que se ter mais que um conjunto indústrias ligadas uma às outras.

Mais uma vez tem-se o petróleo como carro chefe de um complexo em nosso estado. Assim acontece na base da Bacia de Campos em Macaé e zona limítrofe, no projeto de Barra do furado e em Itaboraí, São Gonçalo e Niterói com o Comperj

O risco da chamada maldição mineral mantém-se rodando a área do interior fluminense, tal como se instala, também no vizinho estado do Espírito Santo.

Enfim, continuemos acompanhando os desdobramentos da implantação do empreendimento do Açu, cujo primeiro projeto se deu em 1999, teve a pedra fundamental lançada em dezembro de 2006 e o início da construção, propriamente dita, em outubro de 2008.

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