sexta-feira, julho 06, 2012

Produção de café na região norte de Campos

Notícia boa tem sido tão rara que merece ser comemorada e divulgada, ainda mais quando acontece na área de agricultura, no município que é o maior em extensão terriotorial da região sudeste deste nosso Brasil. O projeto tem apoio do Programa Rio Rural e da Emater ligados à Secretaria Estadual de Agricultura. A foto é o release são da jornalista Flávia Pizelli:

"Um dia de campo sobre café conilon, promovido pela Emater-Rio na microbacia Córrego do Açude, localidade Espírito Santinho, em Campos dos Goytacazes, encheu de entusiasmo estudantes e agricultores. Nesta sexta-feira (6/07), o agricultor Ludgero Pereira da Silva, conhecido como Gel, contou a um público de aproximadamente 200 pessoas o sucesso da sua lavoura de café, no sítio Café com Leite. Participaram agricultores da própria microbacia, de outras regiões do município e até do estado do Espírito Santo, além de estudantes do curso de técnico agrícola da unidade do Instituto Federal Fluminense (IFF) em Bom Jesus de Itabapoana.

Gel, que trabalha com a mulher Cleonice e os três filhos, resolveu investir numa lavoura de café conilon irrigado em 2009. Hoje, na segunda colheita, comemora uma média de sacos de café superior à da região sul do estado vizinho. “A nossa referência é o sul do Espírito Santo, porque aqui quase não tem ninguém plantando café”, explica o engenheiro agrônomo Glauco Lessa, consultor da propriedade. Na primeira safra, no ano passado, ele atingiu a média de 50 sacos por hectare, quando no estado vizinho é de 30 sacos. Este ano a safra está chegando ao final e a expectativa é que atinja 80 sacos por hectare. Gel tem 1,5 hectare cultivado com pés de café que estão completando três anos e outro hectare com mudas de um ano.

Até investir em café, Gel tinha vacas de leite que rendiam 50 litros por dia, mas, para continuar investindo em café e mantendo a família, ele melhorou também a atividade leiteira e atualmente tira 200 litros de leite por dia, em média, o que possibilitou uma melhoria na renda da família. “Quando eu me entusiasmei com o café irrigado, não tinha dinheiro para fazer o projeto. O consultor me disse para procurar a Emater-Rio e assim fui conseguindo os financiamentos. Agora nos mantemos, estamos pagando os empréstimos e temos uma renda melhor", disse o agricultor.

Técnico executor do Rio Rural na microbacia Córrego do Açude, Alarcon de Miranda revela que Gel e a família só tiveram sucesso porque não têm medo de trabalho e porque seguem à risca as orientações técnicas repassadas a ele. “Ele tem vários financiamentos, do Governo Federal e do Rio Genética e já aderiu ao Rio Rural. Além disso, participa de programas para melhoria da atividade agrícola. Eles são sem dúvida um exemplo para os outros agricultores”, revelou o extensionista. Gel deverá ser beneficiado também pelo o Rio Rural, com um projeto de irrigação, mas ele e o técnico ainda vão avaliar qual a melhor opção, se a lavoura ou o pastejo.

6 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns ao agricultor e sua família. Um corajoso empreendedor que toma empréstimos destes programas complicados e muitas vezes oportunistas do governo estadual. Infelizmente a região norte do município esvaziou sua produção de café por vários problemas. Ali o café já foi lavoura significativa, especialmente na Fazenda Pedra Lisa da família Santos.
Àqueles que plantam e produzem, devemos sincero respeito. Mesmo que alguns achem que o leite vem da caixinha do supermercado e o café do saquinho ou da padaria.

Antônio Rangel disse...

Augusto Nunes-Veja
Leia a análise do atual ministro da Fazenda sobre o recém-nascido Plano Real. E imagine o que será do Brasil se Dilma adotar um Plano Mantega para enfrentar a crise
Em 12 de julho de 1994, dias depois do parto do Plano Real, o economista Guido Mantega publicou na Folha de S. Paulo um artigo sobre o recém-nascido. Teria vida breve, garantiu o autor. Mas provocaria um desastre de tal porte que o Brasil demoraria algumas décadas para sair da UTI. Vale a pena ler de novo a análise na postagem seguinte.

Antônio Rangel disse...

‘As fantasias do real’, por Guido Mantega
PUBLICADO NA FOLHA DE S. PAULO EM 12 DE JULHO DE 1994
GUIDO MANTEGA
Diga-se o que quiser do Plano Real, pelo menos num aspecto ele foi bem sucedido. Conseguiu excitar a imaginação popular e passar a impressão de algo novo e diferente dos planos anteriores.
Os arquitetos do real não pouparam sua imaginação para lançar velhas ideias com aparência de novas, como o Comitê da Moeda, Banco Central independente, ou a dolarização com conversibilidade, mesmo que nada disso tenha sido utilizado.
Chegaram ao ponto de reinventar os reis ou reais, uma nova moeda fantasiada do dólar e garantida por um lastro que não exerce nenhum papel prático, uma vez que o real não é conversível, a não ser o de dar a impressão de que o real vale tanto quanto a moeda norte-americana.
E todo esse barulho para quê? Para vestir com roupagens sofisticadas e muitos truques de ilusão, mais um ajuste tradicional, calcado no corte de gastos sociais, numa contração dos salários, num congelamento do câmbio e outros ativos e, sobretudo, num forte aperto monetário com taxas de juros estratosféricas.
A parte mais imaginativa do plano, que foi a superindexação da economia pela URV, revelou-se a mais perversa, porque passou a ideia de que os salários estavam sendo perfeitamente indexados e resguardados da inflação. Quando, na verdade, foram colocados em desvantagem na conversão para a URV em relação a preços, tarifas e vários outros custos e ainda perderam os reajustes automáticos que a lei salarial lhes garantia.
De primeiro de julho em diante os salários serão pagos em real, que tem a aparência de ser uma moeda indexada, como se tivesse herdado as virtudes da URV, porém é uma moeda desindexada e totalmente vulnerável a corrosão inflacionária do real.
A regra de conversão dos salários pela média e dos preços, tarifas e outros custos pelo pico, matou dois coelhos de uma só cajadada. Reduziu preventivamente a demanda dos assalariados, que poderia aumentar com a queda brusca da inflação e comprimiu os custos salariais, dando uma folga para os preços.
Com esses artifícios, os preços têm chance de apresentar alguma estabilidade por algum tempo, porque desfrutarão de um conjunto de custos estáveis, como salários, tarifas, matérias-primas importadas, aluguéis e tudo o mais que foi congelado por até 12 meses, sem a aparência de estar congelado.
E aqui também a ilusão funcionou, porque vendeu-se a ideia de que o plano não utilizou o congelamento, quando, na verdade, congelou o câmbio, tarifas, aluguéis e contratos. Só não congelou mesmo os preços e deixou os salários no limbo de um semicongelamento, com o ônus de correr atrás do prejuízo que será causado pela inflação do real.
Portanto, mais do que um plano eficiente e bem concebido, o real é um jogo de aparências, que pode durar enquanto não ficar evidente que as contas do governo não vão fechar por causa dos juros altos, que o mercado sozinho não é capaz de conter os preços dos oligopólios sem uma coordenação das expectativas por parte do governo, que os salários não manterão o poder aquisitivo por muito tempo, que o real não vale tanto quanto o dólar.
Mas não se deve subestimar a eficiência das aparências e dos jogos de prestigiação nas artimanhas eleitorais. As remarcações preventivas dos preços, junto com os congelamentos, permitirão uma inflação moderada em julho e, talvez, uma ainda menor em agosto, numa repetição da trajetória dos preços por ocasião da implantação da URV, que subiram muito em fevereiro, na véspera da fase dois, elevando os índices de inflação de março, e depois caíram em abril e só voltaram a subir em maio e junho.
A questão é saber em quanto tempo o grosso da população irá perceber que uma inflação moderada por si só, acompanhada por um aperto monetário e recessão, não melhora sua situação, não cria empregos e, na ausência de uma lei salarial e correções automáticas, pode ser tão deletéria quanto uma inflação de 30% a 40% com indexação.

Roberto Moraes disse...

É Rangel você continua isturando alhos com bugalhos...

Então esta sua sanha anti-petista deveria ser capaz de mudar a opinião do povo sobre os governos FHC e Lula.

O erro de avaliação do Mantega é tal qual muitos outros dos dois lados, porém, não há como deixar de reconhecer os acertos que fazem o país estar hoje, em muito melhores condições que antes.

Vamos avançar, superar os problemas, incluir mais pessoas, distribuir renda, melhorar a educação, a saúde, nos três níveis de governo e retirar o atraso.

Anônimo disse...

E a prefeitura de Campos, o q está fazendo para incentivar a cultura do café em nosso município?

Anônimo disse...

Ao Anônimo das 10:01 PM:
Estão bebendo café. Já é alguma coisa...